quarta-feira, 30 de julho de 2008

SIDA: 34 mil portugueses infectados


Estimativa está no relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas para a doença


Cerca de 34.000 adultos e crianças (maiores de 15 anos) estavam infectados no ano passado com o vírus de HIV/SIDA em Portugal, segundo as estimativas do relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas para a doença, escreve a Lusa.

De acordo com o «Relatório
sobre a Epidemia Mundial do HIV/SIDA - 2008», elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para a doença (ONUSIDA) e que, esta terça-feira, foi divulgado, o número estimado de pessoas infectadas em 2007 com o vírus da imunodeficiência humana em território nacional era de 34.000, sendo que as estimativas mais baixas apontam para 20.000 e as mais altas para 63.000.

Em 2001, as estimativas da ONUSIDA para adultos e crianças falavam em 29.000 infectados em Portugal. O melhor cenário apontava para 18.000 e o pior para cerca de 51.000.

O mesmo relatório adianta também que o número de mortes de adultos e crianças portuguesas no ano passado devido à doença foi inferior a 500.

SIDA: esforços começam a resultar

A percentagem estimada de prevalência da doença nos adultos portugueses, nomeadamente na faixa etária de 15 aos 49 anos, foi de 0,5 por cento para igual período, segundo o documento.

No que diz respeito a prevalência da doença nos jovens entre os 15 e 24 anos, o documento estima que 0,3 por cento das jovens mulheres se encontravam infectadas em 2007, enquanto a percentagem nos jovens do sexo masculino aumentava 0,5 por cento.

O mesmo documento coloca Portugal na lista de 16 países onde existe mais de 75 por cento de cobertura de tratamento antiretrovirico para adultos e crianças com HIV/Sida em estado avançado, juntamente com países como a Alemanha, Reino Unido, Irlanda do Norte, Dinamarca, Butão, Botswana, Chile, Costa Rica, Cuba, Chipre, Geórgia, Israel ou Namíbia.

O relatório não adianta números sobre as crianças portuguesas que ficaram órfãs devido à doença.

SIDA: medicamento com poucos efeitos «tóxicos»

Até ao final de Setembro do ano passado estavam registados em Portugal, segundo o Ministério da Saúde, mais de 32.000 casos de HIV/Sida, com um anterior relatório das Nações Unidas a indicar que Portugal era o quarto país da Europa Ocidental com mais casos novos diagnosticados em 2006.

Em Fevereiro deste ano, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que o número de casos de SIDA diagnosticados em território nacional tinha diminuído entre 2000 e 2006: enquanto em 2000 foram diagnosticados 1.022 novos casos de infecção, em 2006 o número baixou para 577, um decréscimo de 56,5 por cento.

Dados recentes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge apontam para a existência de 35 mil pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência humana em Portugal.



quinta-feira, 24 de julho de 2008

Complemento Solidário para Idosos



Idosos pobres ficam dispensados de revelar rendimento dos filhos
Segundo o regulamento inicial desta prestação, só os idosos cujos filhos tenham rendimentos mensais inferiores a 875 euros é que têm direito ao apoio integral. Quando os rendimentos mensais dos filhos se situem entre 875 euros e 1225 euros, a prestação da Segurança Social é reduzido em 15 euros (que devem ser "pagos" pelos familiares).

A candidatura ao Complemento Solidário para Idosos (CSI) vai deixar de exigir a revelação dos rendimentos dos filhos. O acesso à prestação continua a depender desses rendimentos, mas a Segurança Social assume a responsabilidade de recolher essa informação, poupando esforços aos idosos. No fundo, a intenção é tornar o processo menos burocrático, procurando alargar o acesso a esta prestação social que continua pouco difundida.

Em declarações ao Correio da Manhã, o secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, afirmou que, "face às dificuldades que o modelo apresentava, decidimos proceder às alterações que permitem aos idosos candidatar-se sozinhos a esta prestação". A Segurança Social assume a responsabilidade de consultar os rendimentos dos filhos pois "o Estado tem todos os elementos para cruzar as informações necessárias à atribuição do complemento", não fazendo assim sentido "serem os beneficiários a ter esse trabalho", acrescentou Pedro Marques.

Para explicar estas alterações, introduzidas a 10 de Junho, a Previdência enviou cartas a 553 mil idosos. Com a mesma intenção, o Governo deu, há um mês, indicações aos serviços da Segurança Social para que mantenham as portas abertas aos sábados.

Agora, o Ministério do Trabalho está optimista e prevê que o acesso a esta prestação dispare 55%. Actualmente, este apoio - que foi a grande bandeira social de José Sócrates nas eleições legislativas - chega apenas a 90 mil beneficiários, que recebem, em média, 83,7 euros.

Quem tem filhos tem cadilhos

O CSI veio introduzir uma nova filosofia nas políticas sociais, retirando protagonismo às pensões mínimas no combate à pobreza entre os idosos. Partindo do princípio de que muitos idosos com pensões mínimas não são efectivamente pobres (por disporem de outras fontes de rendimento, o Governo fixou um valor mínimo que todos os idosos devem ter - correspondente ao limiar da pobreza -, cabendo à Segurança Social pagar o diferencial. Porém, todos os rendimentos serão tidos em conta, inclusive o dos filhos.

Segundo o regulamento inicial desta prestação, só os idosos cujos filhos tenham rendimentos mensais inferiores a 875 euros é que têm direito ao apoio integral. Quando os rendimentos mensais dos filhos se situem entre 875 euros e 1225 euros, a prestação da Segurança Social é reduzido em 15 euros (que devem ser "pagos" pelos familiares). Se os rendimentos se situarem entre 1225 euros e 1750 euros, aquele valor passa para 35 euros por mês. E quando os filhos aufiram mais de 1750 euros por mês, os idosos perdem o direito a receber a prestação.
Estes limites aplicam-se aos filhos que não tenham constituído família. Com o aumento do número de membros do agregado familiar, aqueles crescem de forma decrescente.

Fonte: Correio da Manhã